Apesar do número alarmante de casos de diabetes no Brasil, prevalece a falta quase completa de informações sobre a doença, afirmaram especialistas em audiência pública na Comissão de Saúde da Câmara do Deputados. De acordo com a presidente do Instituto Diabetes Brasil, Jaqueline Correia, o país tem hoje 588 mil pessoas diagnosticadas com algum tipo de diabetes. Destas, 30% são jovens entre 13 e 16 anos que já sofrem com comorbidades.
Segundo a médica, entre 70 a 90% dos diabéticos receberam o diagnóstico de doença da retina no primeiro exame, quando o problema já é grave, e pode levar à cegueira. “Como é que ela vai fazer o rastreamento anual se ela nem sabe que isso [retinopatia] existe?”, questionou Solange.
A melhor forma de evitar o desenvolvimento de doenças em diabéticos é o tratamento preventivo, principalmente por meio de dietas e insulina, enfatizaram os participantes da audiência pública.
ADESÃO AO TRATAMENTO No caso do diabetes de tipo 1, a coordenadora do departamento de saúde da Sociedade Brasileira de Diabetes, Karla Melo, sustenta que o mais importante é garantir a adesão do paciente ao tratamento.
Para isso, ela sugere que o acompanhamento seja feito por equipes de saúde da família, e não pela atenção especializada como ocorre atualmente.
“Todos sabem que tratar bem custa menos que tratar complicações, [que custa] 20 ou até 30 vezes mais”, disse Karla.
EQUIPES MULTIDISCIPLINARES Quanto ao diabetes tipo 2, Karla Melo afirma que é necessário prevenir a obesidade e tratar o pré-diabetes. Para isso, uma das medidas que ela defende é a inclusão de nutricionistas e professores de educação física nas equipes de saúde da família.
RELATÓRIO MÉDICO Os debatedores também foram unânimes em pedir o fim da necessidade de apresentação de um relatório médico a cada 3 meses para receber o tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Levimar Araujo, disse aos deputados que São Paulo aprovou uma lei que garante ao paciente somente um relatório por toda a vida.
Autora do pedido para a realização do debate, a deputada Flávia Morais (PDT-GO) se comprometeu a buscar uma solução para o problema. Ela disse que nos próximos dias deve se reunir com a ministra da Saúde e vai reforçar o problema da burocracia.
Fonte: https://www.poder360.com.br/saude/brasil-e-o-2o-pais-em-mortes-por-diabetes-nao-diagnosticada-diz-forum/